terça-feira, 25 de maio de 2010

Lenda da Árvore Chorão










Conta-nos ainda hoje
a velha árvore chorão
porque seus galhos tristes
jamais... se erguerão
...Havia duas tribos guerreiras
a tribo Tupi e a outra Tapuia
travavam desmedida luta
todos os dias e noites inteiras



Era sem dúvida a rebelião
da divisão da floresta
do rio Xingu e Madeira
que Cacique Tupi não dividia
Em plena guerrilha
leva Tupi, o jovem cacique,
a índia bela Jurema
como refém prisioneira.



Ele via com tristeza
sem solução, sua desdita
Mas, matar... nunca faria
a inimiga, prisioneira.
Longo trajeto percorriam
na mata espessa e cheirosa
a índia implorava chorosa
sua vida proteger.



O cacique já não dormia;
contemplava a lua e a floresta
parecendo que tudo estava em festa
do seu gesto de ternura
E da árvore frondosa...
ele fez sua morada
vivendo com sua amada,
a bela índia Jurema.



A árvore com seus galhos
protegia com carinho
Os jovens enamorados.
Era feliz... ao dar abrigo
Mas, porém, pela madrugada
um índio bravo e astuto
lançou certeira flechada
na infeliz índia tapuia

O grito... ressoou na mata.
Cacique contempla e chora.
Viver, não mais importa
morreu, abraçando a morta.
A árvore... que a tudo presenciara
baixou seus galhos entristecida.
Até hoje chora, ao contar a história
dos filhos que perdeu outrora.





Honra ao Mérito/Poema Destaque Individual



Editora Toni Carré - Instituto da Poesia Internacional de Porto Alegre



1994