segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DESEJO DE UMA PRENDA

À pedido de Daniele de Carvalho


Quando eu penso...
Ou quando eu falo
Nos pagos do meu rincão
-Minh'alma de gaúcha...
Se aflora!
Sente exaltação
Vibra com emoção

Porque eu vejo
Aqui nesta querência e...
Lá na serra ou no sertão
Do rio Oiapoque ao Chuí!

Cuja beleza irradia
A grandeza de um país!
Contemplo as verdes matas
Ouço a sinfonia das cascatas
águas cristalinas e castas
Desta terra abençoada

Neste torrão grandioso que eu nasci
que é um pedacinho do nosso imenso...
BRASIL

Ah quem me dera
Por ventura...
Algum dia encontrar...
Alguém que ame a "Tradição"
Que venha lá da serra ou do sertão!
Quero calvagar pelo rincão...
Quero ver no horizonte!
O sol da alvorada
Quero semear...
Sentir a terra em minhas mãos
E vê-la cultivada
Quero ver no céu...
O voejar dos pássaros...
Soltos!
Livre !
Felizes!
Sentindo a alegria de viver...
E se tudo isto acontecer
Serei feliz vão ver...
Serei grata, a Deus po me ouvir
Serei grata a terra que eu nasci.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Recordando o Passado

Como é bom recordar...
É bom demais... faz até arrepiar

Sempre aos domingos
Esperava ansiosa e faceira
o meu noivo João
Ao longe já se ouvia, do alto da ribanceira
o galope do seu alazão!

O meu coração...
Dava pulo!
Dava Salto!
Quanta... emoção sentia!
Muitas vezes eu até tremia...
Ah! Aquele gaúcho da serra...
De bombacha e chapéu grande
Era tão forte... Tão valente...
E ao entardecer...
Recordo, nas noites enluaradas
Sentados debaixo dos parrerais
As estrelas cintilavam
Na minha saia de algodão
Representando rendas na saia
Pelos reflexos da luz do luar...
Quantos sonhos idealizamos...
Meu noivo, alegre e feliz
Contava-me os seus planos
O casamento ainda será este ano.
Uma parede já foi erguida.
A casa está sendo construida.
Dizia.. ao abraçar-me sorrindo.
Éramos tão felizes!
Porém...
Certo dia um forasteiro...
Por despeito ou por inveja
Com um só tiro lhe alveja
o coração...
Quer era só meu e...
Naquele dia parou...
O alazão veio vindo... veio vindo...
Desceu o morro sozinho e...
Ao meu encontro parou.
Perguntei a ele...
Ao vento!
Ao sol!
Delirante!
Enlouquecida!
- Onde está o meu noivo?
Onde está o meu JOÃO?
Ninguém, ninguém respondeu...
Então...
Tudo em mim se modificou.
Hoje, noite sem lua
Transformadas em chuvas de orvalho
Pelas lágrimas... Que se debulharam
Ante o vendaval
De minhas desilusões
"Comparando as rendas de outrora"!
Parecem-me negras borrascas
No meu vestido surrado
Vivo ao léu, mas reanimo
Não se destrói a esperança e a fé
Revivendo as lembranças passadas
Recordo as noites estreladas
As rendas na saia de algodão
Perguntarão qual a esperança?
Do nosso amor, guardo na memória
Foi tão puro!
Foi tão lindo!
Por certo... Vai continuar na ETERNIDADE
e...
lá, ninguém!
Ninguém mais
Vai nos separar...
Caso Verdade
Ocorrido em Dores de Camaquã/RS

Predestinada


A torre
De um castelo "Medieval"
Abrigava uma dama
Algemada!
Impedida de viver livremente
Pelas suas próprias convicções.
Amordaçada!
Presa pelos preconceitos
Presa pelo orgulho
E por excessiva vaidade
Insólita!
Alguém surgiu e veio
Em seu auxilio.
Libertando-a!
Com uma só frase
E um só gesto...
Das algemas circunstanciais
Imposta por si mesma.
Ou talvez... fosse...
"Predestinada"
Áurea De Lucca Pâncaro