domingo, 6 de julho de 2014





CIDADE DE GRAMADO

Na álgida, noite de Gramado
De um inverno rigoroso
A neve caía em...flocos...
Cobrindo, a serra e serrados.

Na cidade, as praças...
Com árvores ...desnudas
Ouvia-se...o farfalhar...
Das folhas soltas...a esvoaçarem

Pelo vento fino da madrugada.
Espetáculo dantesco!
O  luar prateava o cenário
Não obstante...
Apenas em preto e branco.
Paisagem esplêndida
Oferecendo aos poetas
A inspiração de enaltecer o inverno...
Do imensurável...Rio Grande do Sul.
Pela beleza ímpar
Da cidade...de...GRAMADO.

Áurea  De Lucca  Pâncaro
Poetisa do Sul




sexta-feira, 2 de maio de 2014

Um Anjo

                                 UM ANJO

Um anjinho no céu prestes a nascer na Terra se aproximou de Deus e perguntou:
-Pai Celestial, sei que vou viver na Terra a partir de amanhã, porém estou muito preocupado, estou sozinho e não saberei o que fazer.
-Não se preocupe, quando chegar a tua hora encontrarás um anjo que aguarda a tua chegada.
-E quando eu estiver em perigo?
-Este mesmo anjo de protejerá e te dará a sua própria vida se preciso for.
-Quando eu estiver com fome ou sentir frio?
-O anjo suprirá de alimento, nem que fique sem nada para comer e te cobrirá com todo amor e carinho.
-Se eu desejar falar contigo senhor Deus?
-É só invocar meu nome, porque estarei dentro de tí qualquer hora do dia ou da noite.
-E como devo chama-lo, este anjo?
-Este anjo, chama-se... Mãe.


                                                                                      Aurea de Lucca Pâncaro - Poetisa do Sul

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

UM ESTRANHO SONHO





Eu sonho tanto... tanto 
com ela, formosa e faceira
Caminhando sempre ligeiro
Fugindo... como corsa no penhasco
Com olhar trigueiro, apaixonado
E por mim tenho certeza


Fico tão atrapalhado
Estando eu a cavalo
me embrenho pelo mato
Querendo ir pra direita
termino chegando pela esquerda
Uai... se ela passa ao meu lado


Fico tão zonzo, tão zonzo
Com tanto remelecho
Daquele caminhar ondulante
Mirabolante...
Vou andando...
Tropeçando...
Farejando o seu perfume
como se fosse um cão sorrateiro e 
perdido no agreste
Pergunto cá como os meus botões:


Falo hoje?
Falo amanhã?
Não... não posso!

O coração fica em reboliço
Pula tanto! Pula tanto!
Mais parece pipoca
em azeite quente
Não há quem aguente.
Peço então pra meu pai
a incubência
em pedir a mão
daquela linda trigueira
com o olhar de feiticeira
Meu pai, enfurecido
repeliu o meu intento
             Sabem por quê? Disse-me ele:

- Ela é tua irmã


Eu fiquei arrepiado
Triste e acabrunhado
E fui contar tudinho
pra minha mãe
E ela me deixou mais espantado ainda...

 - Pode deixar, filho querido
Eu me encarrego do pedido...
Por que este homem, não é o teu pai!

Eu gritei, aparvalhado
Acordando atordoado
vendo meu pai e
minha mãe ao meu lado...
Ambos falaram ao mesmo tempo!

- Que grito foi esse filho
podemos te ajudar em alguma coisa?
Esse grito respondi:

 - Foi o grito da decisão
É hoje...
É agora...
Que falo com ela
Se não eu fico louco
louco... louco de paixão
Por que outro sonho eu não
aguento não.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

RIA, RIA PALHAÇO




O último número do circo
Destinado...ao palhaço
Soou... a hora, que atraso...
E o palhaço... esqueceu?

O empresário... enfurecido
Com bruscas palavras grita:
 - Levanta-te, e sai a andar...
Não te faças entorpecido

O palhaço, já vestido
Com roupas maltrapilhas,
mui doente e cansado...
Interpela... amedrontado

- Como fazer rir a platéia
Se meu peito arde e anseia
O coração já não aguenta
Estou velho, a morte espreita?

- Tu? Velho palhaço...
Vais andando depressa
Se queres pão e agasalho
Ou então, desapareça...

Entra o palhaço em cena
Cambaleante, tropeça e cai...
A criançada ri... ri... que graça
Julgando ser palhaçada

O velho, levanta e senta
Num tosco banco, lamenta
- Oh! Deus que brincadeira
Não me deixes, com tremedeira

Compreendam meu embaraço
Hoje, é o último espetáculo
O coração está sendo obstáculo
E, novamente... vai ao chão

Os garotos riem... aplaudem 
Não compreendo... a fraude
Mas, com esforço se ergue
Entre dentes, agradece...

- Obrigado... meus amigos
Eu aproveito e convido
Voltem todos óh petizada!
Que amanhã... é de graça

Jazia... com voz embargada
Terminando, a palhaçada
As crianças... não entenderam
O seu adeus... derradeiro


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DESEJO DE UMA PRENDA

À pedido de Daniele de Carvalho


Quando eu penso...
Ou quando eu falo
Nos pagos do meu rincão
-Minh'alma de gaúcha...
Se aflora!
Sente exaltação
Vibra com emoção

Porque eu vejo
Aqui nesta querência e...
Lá na serra ou no sertão
Do rio Oiapoque ao Chuí!

Cuja beleza irradia
A grandeza de um país!
Contemplo as verdes matas
Ouço a sinfonia das cascatas
águas cristalinas e castas
Desta terra abençoada

Neste torrão grandioso que eu nasci
que é um pedacinho do nosso imenso...
BRASIL

Ah quem me dera
Por ventura...
Algum dia encontrar...
Alguém que ame a "Tradição"
Que venha lá da serra ou do sertão!
Quero calvagar pelo rincão...
Quero ver no horizonte!
O sol da alvorada
Quero semear...
Sentir a terra em minhas mãos
E vê-la cultivada
Quero ver no céu...
O voejar dos pássaros...
Soltos!
Livre !
Felizes!
Sentindo a alegria de viver...
E se tudo isto acontecer
Serei feliz vão ver...
Serei grata, a Deus po me ouvir
Serei grata a terra que eu nasci.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Recordando o Passado

Como é bom recordar...
É bom demais... faz até arrepiar

Sempre aos domingos
Esperava ansiosa e faceira
o meu noivo João
Ao longe já se ouvia, do alto da ribanceira
o galope do seu alazão!

O meu coração...
Dava pulo!
Dava Salto!
Quanta... emoção sentia!
Muitas vezes eu até tremia...
Ah! Aquele gaúcho da serra...
De bombacha e chapéu grande
Era tão forte... Tão valente...
E ao entardecer...
Recordo, nas noites enluaradas
Sentados debaixo dos parrerais
As estrelas cintilavam
Na minha saia de algodão
Representando rendas na saia
Pelos reflexos da luz do luar...
Quantos sonhos idealizamos...
Meu noivo, alegre e feliz
Contava-me os seus planos
O casamento ainda será este ano.
Uma parede já foi erguida.
A casa está sendo construida.
Dizia.. ao abraçar-me sorrindo.
Éramos tão felizes!
Porém...
Certo dia um forasteiro...
Por despeito ou por inveja
Com um só tiro lhe alveja
o coração...
Quer era só meu e...
Naquele dia parou...
O alazão veio vindo... veio vindo...
Desceu o morro sozinho e...
Ao meu encontro parou.
Perguntei a ele...
Ao vento!
Ao sol!
Delirante!
Enlouquecida!
- Onde está o meu noivo?
Onde está o meu JOÃO?
Ninguém, ninguém respondeu...
Então...
Tudo em mim se modificou.
Hoje, noite sem lua
Transformadas em chuvas de orvalho
Pelas lágrimas... Que se debulharam
Ante o vendaval
De minhas desilusões
"Comparando as rendas de outrora"!
Parecem-me negras borrascas
No meu vestido surrado
Vivo ao léu, mas reanimo
Não se destrói a esperança e a fé
Revivendo as lembranças passadas
Recordo as noites estreladas
As rendas na saia de algodão
Perguntarão qual a esperança?
Do nosso amor, guardo na memória
Foi tão puro!
Foi tão lindo!
Por certo... Vai continuar na ETERNIDADE
e...
lá, ninguém!
Ninguém mais
Vai nos separar...
Caso Verdade
Ocorrido em Dores de Camaquã/RS

Predestinada


A torre
De um castelo "Medieval"
Abrigava uma dama
Algemada!
Impedida de viver livremente
Pelas suas próprias convicções.
Amordaçada!
Presa pelos preconceitos
Presa pelo orgulho
E por excessiva vaidade
Insólita!
Alguém surgiu e veio
Em seu auxilio.
Libertando-a!
Com uma só frase
E um só gesto...
Das algemas circunstanciais
Imposta por si mesma.
Ou talvez... fosse...
"Predestinada"
Áurea De Lucca Pâncaro