terça-feira, 7 de janeiro de 2014

UM ESTRANHO SONHO





Eu sonho tanto... tanto 
com ela, formosa e faceira
Caminhando sempre ligeiro
Fugindo... como corsa no penhasco
Com olhar trigueiro, apaixonado
E por mim tenho certeza


Fico tão atrapalhado
Estando eu a cavalo
me embrenho pelo mato
Querendo ir pra direita
termino chegando pela esquerda
Uai... se ela passa ao meu lado


Fico tão zonzo, tão zonzo
Com tanto remelecho
Daquele caminhar ondulante
Mirabolante...
Vou andando...
Tropeçando...
Farejando o seu perfume
como se fosse um cão sorrateiro e 
perdido no agreste
Pergunto cá como os meus botões:


Falo hoje?
Falo amanhã?
Não... não posso!

O coração fica em reboliço
Pula tanto! Pula tanto!
Mais parece pipoca
em azeite quente
Não há quem aguente.
Peço então pra meu pai
a incubência
em pedir a mão
daquela linda trigueira
com o olhar de feiticeira
Meu pai, enfurecido
repeliu o meu intento
             Sabem por quê? Disse-me ele:

- Ela é tua irmã


Eu fiquei arrepiado
Triste e acabrunhado
E fui contar tudinho
pra minha mãe
E ela me deixou mais espantado ainda...

 - Pode deixar, filho querido
Eu me encarrego do pedido...
Por que este homem, não é o teu pai!

Eu gritei, aparvalhado
Acordando atordoado
vendo meu pai e
minha mãe ao meu lado...
Ambos falaram ao mesmo tempo!

- Que grito foi esse filho
podemos te ajudar em alguma coisa?
Esse grito respondi:

 - Foi o grito da decisão
É hoje...
É agora...
Que falo com ela
Se não eu fico louco
louco... louco de paixão
Por que outro sonho eu não
aguento não.

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