Oh! É o cão
É o amigo
Que faz tanto alarido
Fiel companheiro das caçadas
Por ser brilhante, farejador
Acordando muito cedo
Bem antes do alvorecer
Corre... ajuda... a levar...
O rebanho de ovelhas e
o gado para o pasto
Em longo trajeto percorrem
É o amigo... ali sempre ao seu lado
E pela alegria de ambos
É notório o amor
do Companheiro Extremado
Pelo seu dono idolotrado!
Em plena madrugada fria
Lá se iam para gélida noite de inverno
Muito bem agasalhado.
Bombacha, poncho e chapéu grande
Mas, inesperadamente, o tempo muda
E o sol aparece, aquecendo a região.
São 14 horas da tarde.
O poncho retirado às pressas
é colocado na traseira do cavalo tropeiro.
E ao retornar de volta para casa
o amigo cão, já estressado
Pela corrida incessante,
seu andar já cansado... extenuado...
Avistou o poncho, que do cavalo caiu.
Apressou-se... corria, latia para ser entendido
mas não foi...
Latia, latia... e no seu latido, já rouco,
Exaustivamente continuava a latir...
E o dono...
Observando seu constante apelo
e sem entender...
concluiu:
"Só pode estar louco... enlouquecido..."
Oh! Que pena
E atirou com sua espingarda...
E num certeiro tiro, alvejou!
E aquele...
cão amigo... foi andando, uivando de dor
Cambalheante, com muito esforço chegou
até o poncho, e ali ficou dando seu último e derradeiro suspiro.
Ah!
O seu dono...
Ao ter conhecimento
Em vê-lo morto
Sentiu em sua alma...
O desespero e o remorço
Até o fim de sua existência
Pela perda de seu inseparável cão
Amigo e Companheiro.
Caso verídico.