segunda-feira, 26 de julho de 2010

GAÚCHO VALENTÃO



Sou GAÚCHO
Gaúcho, cabra macho
Não temo o vento e
nem mesmo o trovão.
Enfrento qualquer peleia
Três ou quatro com facão

"Me chamam de valentão!"

Sou também...
Altaneiro
Desafio qualquer pistoleiro
Com bravura e sangue frio

"Eu insisto em dizer"
Não existe
quem aceite competir
Quem queira me enfrentar
Amanso qualquer bagual
Sou mestre em redomar

Trabalho de sol à sol
Plantei arroz
Plantei feijão
Criador e Boiadeiro
Já sou rico fazendeiro

"Agora quero me casar"
A moça que eu adoro
É a mais bela prenda do rincão
Mais parece uma lenda...
Faz fervilhar meu coração

O seu jeitinho é matreiro
Naquele olhar de gazela
Meu coração acelera
Da cabeça à canela
Tudo fica a tremer

"Eu não sei como dizer"
Por ela tenho paixão
Pois preciso lhe falar...
A voz não sai da garganta
deste gargalo não arranca
uma pa-la-vri-nha sequer.

Tenho receio de ouvir o NÃO e
Se ela dizer SIM?
Eu... eu desmaio de emoção.




Poetisa do Sul é:
Áurea de Lucca Pâncaro
Gaúcho Valentão
Medalha de Honra ao Mérito
Editora Distak - 1994